Classificação
A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês (Decreto n.º 187/71, de 8 de maio) visou a realização nessa área montanhosa de um planeamento capaz de valorizar as atividades humanas e os recursos naturais, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas.
No fundo, tratava-se de conservar solos, águas, a flora e a fauna, assim como preservar a paisagem nessa vasta região montanhosa do noroeste português.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi a primeira Área protegida criada em Portugal, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com idêntica classificação, desde a sua criação, por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à riqueza do seu património natural e cultural, sendo um dos últimos redutos do país onde se encontram ecossistemas no seu estado natural, com reduzida ou nula influência humana, integrados numa paisagem humanizada (in Preâmbulo da Resolução do Conselho de Ministros n.º 11-A/2011).
O que é um Parque Nacional.
Brochura sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês [PDF 3 MB]
Caracterização
Vasto anfiteatro esculpido por geologias, ventos e águas, o Parque Nacional estende-se do planalto de Castro Laboreiro ao da Mourela, abrangendo as serras da Peneda, do Soajo, Amarela e do Gerês.
Nas zonas de altitude são visíveis os efeitos da última glaciação - circos glaciares, moreias, pequenas lagoas e vales em U.
A natureza e orientação do relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal, nomeadamente, matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens.
As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.
Estas serranias já foram solar do urso-pardo. O lobo Canis lupus vagueia num dos seus raros territórios de abrigo. A águia-real Aquila chrysaetos pontifica no vasto cortejo das aves. Micromamíferos vários, como a toupeira-de-água Galemys pyrenaicus, diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica (i.e. de peixes) que inclui a truta-do-rio Salmo trutta e o salmão enriquecem o quadro zoológico.
O passado traduz-se nos castelos de Castro Laboreiro e do Lindoso, monumentos megalíticos e testemunhos da ocupação romana.
A geira, o antigo caminho que conduzia os legionários de Braga a Astorga, sobrevive num trecho da antiga calçada e nos curiosos marcos miliários.
Curiosos povoados, a arquitetura dos socalcos, paradas de espigueiros, a frescura dos prados de lima, animam um quadro em que a ruralidade ainda está presente.
Todos estes aspetos proporcionam agora atividades turísticas em franco desenvolvimento.