Criticamente ameaçada de extinção e com apenas 11 indivíduos conhecidos, a saíra-apunhalada preocupa especialistas, que buscam soluções para sobrevivência da espécie.
Com apenas 11 indivíduos maduros e restrita a um habitat de aproximadamente 400 hectares nas montanhas do Espírito Santo, a saíra-apunhalada é considerada uma das aves mais ameaçadas do mundo. O pequeno pássaro de cerca de 12 centímetros e papo vermelho-sangue, que lhe rendeu a alcunha um tanto cruel de “apunhalada”, uniu um grupo de pesquisadores, organizações e até uma empresa de energia elétrica para produzir um Plano de Ação que garanta a sobrevivência da espécie que, além de criticamente ameaçada ainda carrega várias incógnitas sobre sua identidade e biologia.
Primeiro, cabe apresentá-la: a saíra-apunhalada (Nemosia rourei) é uma ave de dieta insetívora que ocorre apenas na Mata Atlântica no estado do Espírito Santo, em altitudes entre 850 e 1.250 metros. A espécie foi descoberta e descrita para ciência em 1870 e foi vista de novo apenas em 1941. Depois, foram mais de 50 anos desaparecida novamente, período no qual chegou a ser considerada extinta pelos ornitólogos, até que foi redescoberta em 1998 por uma equipe que fazia o levantamento de aves no município de Conceição Castelo.